segunda-feira, 30 de março de 2009

Cordel é destaque na Feira de Bologna



A Literatura de Cordel do Brasil não ficou confinada às obsoletas tipografias. Hoje, folhetos de autênticos poetas populares são editados por grandes editoras e comercializados fora do circuito tradicional. Chegam às salas de aulas, em escolas públicas e particulares (onde as adoções são cada vez masi frequentes). Ultrapassam também as nossas fronteiras, atravessando o Atlântico, revisitando países onde a poesia popular decaiu, mas a admiração pelo cordel nordestino é uma realidade.

Exemplo disso é a tradicional Feira do Livro Infanto-Juvenil de Bologna, na Itália, que tem dado especial destaque a essa nova maneira de fazer e de ler a literatura popular do Nordeste. Figuram no catálogo da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil) quatro títulos da Coleção Clássicos em Cordel, que coordeno pela editora Nova Alexandria: O Corcunda de Notre-Dame, de João Gomes de Sá, e Os Miseráveis, de Klévisson Viana. Os textos são de Luiz Raul Machado (sobre Machado de Assis) e Jô Oliveira, este um dos grandes nomes da ilustração no Brasil, responsável por alguns livros nessa nova vertente, que sabe reaproveitar um patrimônio cultural, que se mantém vivo por se fazer dinâmico. Jô ilustrou, entre outros A Ambição de Macbeth e a Maldade Feminina, de Arievado Viana (Cortez), e A Espanhola Inglesa, do veterano Manoel Monteiro (Scipione). Shakespeare e Cervantes aplaudiriam a empreitada.
Outro destaque é a Coleção Contar em Cordel, da Escala Educacional, coordenada por Klévisson Viana, responsável também pelas ilustrações.