terça-feira, 22 de setembro de 2009

Costa Senna lança Viagem ao Centro da Terra pela coleção Clássicos em Cordel



Além de convidá-los para o lançamento de mais um livro da coleção Clássicos em Cordel, da Editora Nova Alexandria, vou repetir parte do texto que escrevi para a apresentação desta obra que será mais um marco na carreira laboriosa do poeta cearense Costa Senna, aqui parceiro póstumo do grande escritor francês Júlio Verne:

Viagem ao Centro da Terra em linguagem de Cordel

Para quem acha que ficção cientifica e literatura de cordel não combinam, vale citar como exemplo o mais famoso folheto de todos os tempos, o Romance do Pavão Misterioso, escrito por José Camelo de Melo Rezende. Este cordel narra as aventuras do jovem Evangelista, que, a bordo de um aeroplano, o Pavão do título, rapta uma linda condessinha, Creusa, prisioneira do próprio pai, um conde perverso e orgulhoso.

A versão poética de Viagem ao centro da Terra se concentra na aventura do trio Lidenbrock, Axel e Hans. Da mesma forma que no romance, Axel é o narrador, ou seja, a história se desenvolve segundo o seu ponto de vista. Na segunda e terceira estrofes, ficamos sabendo que o ponto de partida desta aventura é uma casa localizada numa velha rua de Hamburgo, na Alemanha:

Na velha Rua do Rei,
Casa número dezenove,
Em Hamburgo, na Alemanha,
A idéia se desenvolve
E, só no final do livro,
É que tudo se resolve.


Ao cientista Lidenbrock
Esta casa pertencia.
Este voltou apressado,
O porquê ninguém sabia.
Vamos tentar descobrir
O que meu tio sentia.


Após uma discussão entre Axel e o tio, é encontrado o já citado pergaminho que possibilitará a Viagem do titulo:

No desenrolar do achado,
A cena foi nos contendo.
A gente não acreditava
Naquilo que estava vendo:
Símbolos incompreensíveis
Nele foram aparecendo.


O amor de Axel por Grauben, sua noiva, também mereceu destaque nesta adaptação:

Grauben era minha noiva
E a primeira namorada,
Toda cidade queria
Vê-la comigo casada.
Nosso casamento estava
Com a data já marcada.


A verdade é que, nos momentos mais difíceis da expedição, a lembrança da amada realimenta em Axel a esperança de sucesso, mesmo quando tudo parecia estar perdido. Ao final, superados todos os desafios, o poeta deixa claro que os sonhos só não se realizam para aqueles que deixaram de sonhar.