terça-feira, 5 de agosto de 2014

Lançamento: O Urubu-Rei e outros contos do Brasil


Abrindo mês do Folclore, uma boa pedida é o livro O Urubu-Rei e outros contos do Brasil (Volta e Meia), coletânea de histórias populares recolhidas no sertão da Bahia. Abaixo, o texto da contracapa:

Os contos populares reproduzidos neste livro foram todos recolhidos da memória popular. Estão, por isso mesmo, mais próximos do inconsciente coletivo brasileiro, embora dialoguem com narrativas de outros povos, revelando, em muitos casos, uma origem comum. Histórias de animais, contos de fadas, lendas religiosas e contos de exemplo, muitos com raízes em tradições diversas e dispersas, dão uma ideia da riqueza da literatura oral do Brasil.


Eis um resumo da apresentação:


Apesar de o Brasil ser um grande celeiro em termos de tradição oral, não há muitas coletâneas de contos populares recolhidos diretamente da fonte: a memória coletiva. A importância de estudiosos como Sílvio Romero, Câmara Cascudo, Aluísio de Almeida, Lindolfo Gomes e Altimar Pimentel, entre outros, nesse particular, reside no fato de eles terem registrado as histórias que corriam nas águas da oralidade, salvando-as do desaparecimento a que, inevitavelmente, estavam condenadas pelas mudanças sociais, especialmente na zona rural ou nas pequenas cidades do interior onde, outrora, eram abundantes as vozes da tradição. O presente trabalho se insere nessa perspectiva: todos os contos foram recolhidos entre 2005 e 2010 e publicados inicialmente na obra Contos e fábulas do Brasil. O cenário das narrativas varia, indo dos países imaginários ao sertão mítico, mas o meio em que vive a maior parte dos narradores é o interior da Bahia, onde a caatinga abraça o cerrado.

Uma coletânea de contos tradicionais, em qualquer época, será sempre um trabalho coletivo. Dos autores anônimos que, desde a aurora dos tempos, elaboram e reelaboram tais histórias, aos contadores (retransmissores) atuais, que dão seu toque particular à narrativa, a história percorre as veredas do tempo e do espaço, acomodando-se em ambientes os mais diversos, como nas regiões rurais, onde a imaginação infantil povoa as serras, os rios e o além do horizonte com os personagens das histórias contadas pelos mais velhos. Nos centros urbanos, o conto pode ser o primeiro contato da criança com o mundo da literatura, ainda próxima da oralidade. Afirmar, como muitos o fazem, que os contos populares, base da literatura infantojuvenil, estão defasados, fora de moda, antiquados, é querer negar às crianças o direito à imaginação e ao sonho. Neste livro, propomos exatamente o contrário, oferecendo aos leitores de todas as idades estas flores colhidas no Jardim da Tradição.

Agradeço ao meu amigo e agente literário Andrey do Amaral, que assina a coordenação editorial deste trabalho, pelo empenho em sua divulgação.

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