quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Sobre Cordel



Primeiramente, está tudo bem e tudo continuará bem... Não é uma incitação ao ódio, não é uma busca de audiência ou uma vitimização! A palavra do ano é Justiça, então trata-se de Justiça.
Há exatos três anos, escrevi o "Cordel do WhatsApp", que resumindo a ópera, "viralizou" nas redes sociais e mostrou, além do alcance incalculável da internet e do uso positivo destas tecnologias, o quanto o nosso Cordel permanece vivo, pleno e vibrante!

Lido, comentado e compartilhado infinitamente como "autor desconhecido", esse meu filho famoso nasceu numa madrugada de janeiro, no sofá amarelo de minha casa. No pensamento, o cumprimento da missão de escrever uma poesia herdada, sentida, vivenciada todos os dias...
Hoje, para essa poetisa que vocês conhecem, defender a poesia saiu do cenário aconchegante do lar e veio para as engrenagens judiciais.
Sim! O "Cordel do Whatsapp" foi apresentado e transmitido num programa de TV (de fomento à Cultura Gaúcha e do Cerrado Brasileiro), não só sem o registro da autora, mas com as indicações que supostamente atribuem ao próprio apresentador, a autoria dos versos.
Minha alma sertaneja sentiu um profundo desrespeito pela Cultura Nordestina, pelo Cordel, pela história e pela voz do nosso povo. Meu ser feminino observou o ultraje e a negação histórica que deixa completamente turvo o papel e o brilho da mulher escritora, nordestina e negra. Meu coração de poetisa sentiu-se roubado, completamente ofendido nas palavras de quem pegou uma lição pronta e foi mostrar à Professora como se fosse sua.
Confesso que foi cortante assistir ao vídeo, ouvir as palavras pronunciadas na farsa e observar o semblante plástico da artificialidade. Está sendo cortante agora, escrever este texto e buscar as palavras certas, sem me perder na órbita da ofensa. Repito: Não é uma incitação ao ódio! É uma questão de Justiça! E nela, eu preciso acreditar!
Arrependimento de ter publicado o Cordel nas redes?
Nenhum!
A poesia me trouxe à vida, com assinatura de pai e mãe. Embalou a minha infância, inspirou-me na adolescência, direcionou o meu trabalho, me envolve em tudo o que eu penso, digo e faço. Me conecta em vários mundos, me inunda de possibilidades, me conduz aos diversos cantos, me faz quem sou e quem quero ser.
Não será justo, porém, aceitar o plágio de alguém que professa o nome de uma Cultura, desrespeitando outra!

Vamos em frente...
Abraços fraternos,

31/01/2018
Aracaju-Sergipe

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