quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Livro A Lenda do Teatro de Sombras, de Marco Haurélio e Fernando Vilela, é lançado pela Paulinas



Livro reconta a origem lendária do teatro de sombras chinês

Acaba de sair, pela Paulinas Editora, o livro A lenda do teatro de sombras, texto meu e ilustrações de Fernando Vilela. A história gira em torno do teatro de sombras da China, na dinastia Han (século II a.C.), que teria surgido durante o reinado do imperador  Wu’Ti (ou Wudi), por obra do mago Shao-weng, que, ameaçado pelo governante, precisa trazer de volta, do reino das sombras, Li, a bailarina favorita do governante, morta prematuramente. Optei por recontar a lenda em quadras, que casaram perfeitamente com as lindas ilustrações criadas pelo Fernando Vilela.

Escrevi, ainda, um texto complementar, que em parte reproduzo abaixo:

Há quem afirme que o teatro de sombras existe desde tempos imemoriais. É de se imaginar que, desde os tempos pré-históricos, depois da descoberta do fogo e do seu uso no cozimento dos alimentos e para espantar os animais predadores, os nossos ancestrais, constituindo os primeiros agrupamentos humanos, sentiram a necessidade de se comunicar. E isso se deu inicialmente pelo gesto, que antecede a palavra. Mas também por meio de desenhos e pinturas nas paredes das cavernas e em rochas, que nos dão pistas de como agia ou pensava o ser humano na longuíssima noite que chamamos de pré-história. Só podemos supor que, nos momentos em que se reuniam ao redor das fogueiras, com o auxílio das mãos ou de objetos rudimentares, contavam algumas histórias ou homenageavam seus antepassados através das sombras projetadas nas paredes das cavernas.

O teatro de sombras, como o conhecemos hoje, no entanto, deve ter se desenvolvido no sudeste da Ásia, em países como Indonésia Malásia, Camboja, Tailândia, mas, principalmente, na China e na Índia. Na China, país mais identificado a esta arte milenar, as silhuetas podem ser coloridas e, graças à habilidade do marionetista, executam movimentos complexos que incluem lutas, danças e até mesmo expressões faciais e cenas de batalhas. Na Índia, por muito tempo, temas ligados à religião e à moralidade predominaram nas representações locais do teatro de sombras. Na Turquia, o teatro de sombras é chamado Karagöz (“Olho Negro” em turco), nome que homenageia um herói cômico de grande popularidade.

E, agora, um trechinho do livro:

Certa vez ouvi contar
Uma história tão bonita:
De um imperador da China
E sua grande desdita.

O conto ainda nos fala
Que esse imperador famoso
Era protetor das artes,
Da dança um fã fervoroso.

Das bailarinas da corte
Uma chamava a atenção:
Li, que dançando lembrava
O pulsar do coração.


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