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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

História de Belisfronte volta à estante da Luzeiro



Esgotado há cerca de dois anos, a História de Belisfronte, o Filho do Pescador voltou à estante da Editora Luzeiro em grande estilo. A capa foi feita a partir de uma antiga ilustração de Salvador Magalon, o Smaga, para a História do Príncipe Formoso, de Rodolfo Coelho Cavalcante. Os dois romances, o meu e o de Rodolfo, não por acaso, trazem motivos do conto mítico de Apuleio, Eros e Psiquê.

A capa foi retrabalhada por Viviane Santos e finalizada por André Mantoano. A editoração eletrônica ficou a cargo do Frei Varneci Nascimento.


Peço às deusas que habitam
O Reino da Poesia
Que venham em meu auxílio
Dando-me sabedoria,
Para versar uma história
De fé, encanto e magia.

Onde a Fortuna sorri
A quem é merecedor,
Por isso narro este drama
Sobre um moço de valor:
A História de Belisfronte,
O Filho do Pescador.

Em um longínquo país
Habitava um camponês
Ao lado de sua esposa –
Os seus filhos eram três:
Eram pobres ao extremo,
Não tinham voz e nem vez.

Aquele pobre campônio
Sempre viveu do roçado,
Mas agora o que plantava
Não dava mais resultado;
Como se a Providência
Lhe houvesse abandonado.

Isto porque a semente
Que na terra ele lançava
Em forma de alimento
Ela jamais retornava
E a fome, cruel flagelo,
Toda a família assolava.

O velho então resolveu
Tornar-se um pescador,
A profissão de São Pedro,
Discípulo do Salvador,
Pensando em pôr fim àquele
Quadro desalentador.

E, assim, foi para o rio,
Munido de rede e anzol.
Disse: - Peixe nunca falta,
Faça chuva ou faça sol,
Os ribeiros estão cheios,
Do crepúsculo ao arrebol.

Pacientemente, o velho
Lá ficava todo o dia,
Até que o manto da noite
Aquele vale envolvia,
Mas, para surpresa dele,
Nenhuma piaba havia.

Pouco a pouco o desespero
Ia a esperança minando,
Com o aguilhão da miséria
O pobre velho açoitando.
Ele, então, olhou o Empíreo
E assim foi suplicando:

- Oh, Deus, Pai da humanidade,
Olhai este penitente
A quem a Sorte mesquinha
Mostra-se indiferente!
Enviai um lenitivo
Para meu tormento, urgente!


(...)

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