Cangaceiro (Aldemir Martins) |
Já
que o assunto está em voga, perguntaram-me se não há apropriação cultural do
cordel, haja vista o interesse de escolas e, num passado não tão distante, a
compra por programas de governo.
A
minha resposta:
—
Não! Se não há o envolvimento amoroso, o enlevo, o brilho nos olhos, não se
pode dizer que houve apropriação. O que mais tenho visto são simulacros,
arremedos, tentativas desajeitadas de reprodução de um gênero, que exige mais
do que técnica, conhecimento de regras ou estudos superficiais, que resvalam em
Câmara Cascudo e Leonardo Mota, quando muito. Há, por assim dizer, uma
ritualística, que jamais será compreendida por quem acha que um amontoado de
sextilhas forma um cordel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário