Quem plantou a semente do cordel?
Na cidade que acolhe todo mundo
Que abrigou o poeta menestrel
Num recanto que tem sabor de mel
Floresceu a poesia ano a ano
Que edifica o viver do ser humano
Com a coragem e o vigor do retirante
Fez os versos brotarem num instante
Nos dez pés do cavalo paulistano.
É a grande cidade nordestina
Que abraçou a cultura do migrante
E com ela ficou irradiante
Descobriu que o poeta era uma mina
Uma fonte de água cristalina
Que seus versos envenenam o tirano
E alimentam seu povo soberano
Escrevendo a história em poesia
De conflito, de amor e harmonia
Nos dez pés do cavalo paulistano.
Nessa terra o poeta cordelista
Propagou sua arte em todo canto
De alegria, de luta e de pranto
No folheto a poesia romancista
Numa critica segura sempre a vista
Entoou na defesa de um plano
Dos humildes, que vive no engano
De um povo sofrido é o porta-voz
Dos que lutam pra derrotar algoz
Nos dez pés do cavalo paulistano.
O planeta aqui se concentrando
Em diversidade de culturas
Fazendo elevar-se nas alturas
Onde um mundo que foi se edificando
E a riqueza de um povo germinando
Seja Árabe, Espanhol e italiano
Japoneses, o chinês e o africano
Nessa Sampa que é comospolita
A nação nordestina vem na lista
Nos dez pés do cavalo paulistano.
O cordel no sudeste brasileiro
Sempre teve uma forte seleção
É São Paulo seu grande matulão
Do Antonio Teodoro, o garimpeiro
Do Amaro Quaresma, o folheteiro
E de Franklim Maxado, o baiano
Jotabarros que é pernambucano
Manuel de Almeida, o editor
Na Luzeiro o cordel é fina flor
Nos dez pés do cavalo paulistano.
Esse grande elenco fez a trilha
Espalhou na cidade a semente
Se plantou o cordel em cada mente
Que a estrela até hoje sempre brilha
Construindo mais essa maravilha
E no mundo literário é um vulcano
Tem a força bravia do oceano
O cordel faz em Sampa o movimento
Que propaga ligeiro como o vento
Nos dez pés do cavalo paulistano.
São Paulo hoje em dia é a arena
De uma turma que leva o cordel
Sem fronteira e da arte é fiel
Que entrou nesse mundo abrindo a cena
Florescendo de forma tão serena
De uma muda do chão paraibano
Hoje voa bem alto ganha, plano
E na casa da Semana da Arte
O cordel já é forte baluarte
Nos dez pés do cavalo paulistano.
Na cidade o poeta peregrina
Declamando as histórias de seu povo
Transformando o antigo em algo novo
Levantando esse mundo da ruína
Nos seus versos habita a proteína
Caravana do Cordel nesse mundano
É movimento que tem grande tutano
E em São Paulo esse time acende a chama
E o amante da arte nele aclama
Nos dez pés do cavalo paulistano.
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