A Nova Alexandria lança, pela
coleção Clássicos em Cordel, uma versão rimada do clássico de Alexandre Dumas,
O Conde de Monte Cristo, de autoria de Marco Haurélio com ilustrações de Klévisson Viana. Leia abaixo trechos da
apresentação de Arievaldo Viana:
O famoso romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre
Dumas, é uma elaborada análise das misérias humanas, como inveja, ódio e
vingança. Ao mesmo tempo, mostra a luta interna do protagonista, Edmond Dantès,
que consegue superar as mais terríveis adversidades por sua inabalável força de
vontade e também pela providencial ajuda de um amigo sincero, um velho abade
que conheceu na prisão, o qual lhe deixa grande fortuna ao morrer. Vítima de
traição e inveja, o marinheiro Edmond Dantès consegue submergir do inferno onde
fora metido injustamente, para conduzir a justiça a seu modo, tendo às mãos o
leme do destino. O moço ingênuo, após passar pela forja da amargura e do sofrimento,
transforma-se no astuto e misterioso Conde de Monte Cristo.
A primeira publicação de O Conde de Monte Cristo deu-se na
França, por meio de folhetins diários, com várias interrupções, no Journal
des Débats, de 28 de setembro de 1844 a 15 de janeiro de 1846, ou seja,
durante um ano e meio. Marlyse Meyer, em apreciável estudo sobre o folhetim,
atesta o sucesso imediato da publicação e a pressa em traduzi-lo aqui no
Brasil. O Jornal do Commércio começou
a publicar os capítulos da obra antes mesmo de sua conclusão, na imprensa francesa.
Segundo a eminente pesquisadora, as inúmeras versões cinematográficas da obra, desde
os tempos do cinema mudo, contribuíram também para sua popularização,
despertando o interesse de “muitos
poetas populares que nelas encontraram tramas narrativas e personagens para suas
histórias, bem como ilustrações para a capa de seus folhetos.”
O Conde de Monte Cristo em cordel
O livro O Conde de Monte Cristo tem sido constante fonte inspiradora para
os poetas populares. Ao que nos consta, a primeira versão em cordel, escrita provavelmente
na década de 1940 e editada em três longos volumes, foi publicada com o título
de Romance de um sentenciado, numa livre adaptação atribuída ao poeta-editor
João Martins de Athayde (1880-1959), no qual o nome de muitos lugares e
personagens foram modificados. Manoel Pereira Sobrinho (1918-1996), outro
grande expoente da Literatura de Cordel, especialista na adaptação de clássicos
da literatura, escreveu O Conde de Monte
Cristo – ou Edmundo Dantès, obra publicada em dois volumes, na cidade de
Campina Grande, na década de 1950, pela folhetaria de Manoel Camilo dos Santos.
Uma terceira versão, mais resumida (analisada por Idelette Muzart-Fonseca dos
Santos, no estudo O Conde de Monte Cristo nos folhetos de Cordel), escrita em dois
volumes pelo poeta paraibano José Costa Leite, foi publicada na década de 1960
na tipografia de José Alves Pontes e intitula-se Verdadeira história do Conde de Monte Cristo (volume 1) e Vingança do Conde de Monte Cristo
(volume 2).
Diante do exposto, a tarefa do
poeta Marco Haurélio, ao apresentar mais uma versão rimada deste clássico da Literatura
Universal, reveste-se de grande responsabilidade e expectativa. Tendo o cuidado
de não se influenciar pelas adaptações anteriores e, mais ainda, em centrar o
foco da narrativa nos principais episódios da trama, o poeta baiano achou por bem
eliminar alguns personagens secundários que pouco acrescentariam à sua versão
rimada. Eis a razão pela qual o poeta se diz orientado pelo próprio Alexandre
Dumas:
A minha mente percorre
As regiões siderais,
Lá, onde Alexandre Dumas,
Entre os grandes imortais,
Repousa serenamente
Nos braços da Santa Paz.
E foi ele que me disse,
Olhando-me num relance:
— Poeta, eu espero que,
Se estiver ao teu alcance,
Refaças em poesia
O meu famoso romance.
QUEM FOI ALEXANDRE DUMAS
Alexandre Dumas, pai, nasceu em
Villers-Cotterêts, região de Aisne, nas proximidades de Paris,
França, a 24 de julho de 1802, e
morreu em Puys, a 5 de dezembro de 1870. Seu nome de batismo era Dumas Davy de
la Pailleterie. Era neto do marquês Antoine-Alexandre Davy de la Pailleterie e
de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie Césette Dumas.
Seu pai foi o General Dumas, grande figura militar de sua época. Sua
bibliografia inclui os clássicos O Conde
de Monte Cristo, Os irmãos corsos,
Os três mosqueteiros, Vinte anos depois, O Visconde de Bragelonne, do qual faz parte O homem da máscara de ferro, e A
rainha Margot. Era pai do também escritor Alexandre Dumas, filho, autor de A Dama das Camélias.
QUEM É MARCO HAURÉLIO
Marco Haurélio, poeta, editor e
pesquisador do folclore brasileiro, nasceu num lugar chamado Ponta da Serra,
município de Riacho de Santana, na Bahia. Autor de Contos folclóricos brasileiros (Paulus) e de vários folhetos de
cordel, tem se firmado como um dos grandes expoentes desse gênero literário,
com excelentes versões rimadas de clássicos da literatura. É o que se vê, por
exemplo, em A megera domada (de
Shakespeare), já publicada nesta coleção, e nesta versão de O Conde de Monte Cristo. Em sua vasta
obra como poeta de cordel, destacam-se também: Presepadas de Chicó e astúcias de João Grilo, Os três conselhos sagrados, O
herói da Montanha Negra (Luzeiro); Galopando
o cavalo Pensamento e As três folhas da
serpente (Tupynanquim).
Clique no link abaixo para
conhecer algumas páginas do livro: http://www.youblisher.com/p/165677-O-conde-de-Monte-Cristo-em-cordel/
E AQUI para ir à loja da editora Nova Alexandria.