sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A minha versão poética de O Conde de Monte Cristo



Há cerca de seis anos dei a mim mesmo a incumbência de adaptar para os versos de cordel o grande romance de Alexandre Dumas, O Conde de Monte Cristo.

É a mesma versão que integrará em breve a coleção Clássicos em Cordel, da editora Nova Alexandria.

A ilustração acima reproduzida, de autoria de Klévisson Viana, retrata o momento em que, preso há anos na Fortaleza de If, Edmundo Dantez encontra o Abade Faria, que será seu tutor intelectual.

No romance em versos, essa passagem foi descrita da seguinte forma:

Topou um dia uma viga
E bradou indignado:
— Meu bom Deus, não me castigue,
Pois estou desesperado!
— Quem fala em Deus? — perguntou
Quem cavava do outro lado.

O moço então respondeu:
— Eu sou um prisioneiro.
Em liberdade exercia
O ofício de marinheiro.
Edmundo Dantez é
O meu nome verdadeiro.

— E por que é que está preso?
— Pela falsa acusação
De ter conspirado contra
O rei de nossa nação
Porque, por desgraça, um dia
Conheci Napoleão.

— E que idade tinha antes
De ser aprisionado?
— Não tinha nem vinte anos —
Disse Dantez, desolado,
Ao saber que na masmorra
Seis anos tinha passado.

Quando foi no outro dia,
Dantez, após o almoço,
Ouviu bater na parede,
Não teve nenhum sobrosso.
Aí viu surgir um velho
Que só era pele e osso.

(...)

O livro O Conde de Monte Cristo em Cordel conta com prefácio do também poeta Arievaldo Viana.

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