quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cordéis atemporais: Vicente, o Rei dos Ladrões

A história, em sua última parte, que envolve o saque ao tesouro do rei, consta de um conto popular egípcio de cerca de 3.000 anos, O tesouro de Ramsés, o qual chegou ao poeta, por meio de uma versão oral que ele habilmente costurou na bem urdida trama do romance. Encontramos episódios como o do sacrifício do parceiro preso numa armadilha e o do ferimento acidental para disfarçar o choro pelo morto, que denunciaria o ladrão. Como boa parte dos espertalhões, Vicente é apresentado, nas primeiras edições impressas como “professor de Cancão de Fogo”, conforme salientado no subtítulo, que foi sensatamente suprimido nas sucessivas edições publicadas pela editora Prelúdio desde 1955.

Nos estandes que montei já ouvi mais de uma vez, ao reencontrar o lendário Vicente, um leitor declamar, emocionado, as estrofes de abertura.

Todo o mundo traz o dom,
Conforme diz o rifão:
Existe quem traga até
O dom para ser ladrão –
Sendo pra roubar cavalo,
Traz um cabresto na mão

Neste drama, eu apresento
Vicente, o Rei dos Ladrões,
Que, em todos caloteiros,
Ele passava lições –
Até em Cancão de Fogo,
Segundo as opiniões.

Vicente, o rei dos ladrões é um dos clássicos da Coleção Luzeiro de Literatura de Cordel.

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