Capa de Jô Oliveira
São João, entre outras coisas, lembra Luiz Gonzaga. E me fez lembrar de um cordel que organizei, lançado pela Luzeiro, nos 60 anos da canção Asa Branca. O folheto foi lançado literalmente na Praça da Sé, em evento coordenado por Assis Ângelo. O mote é meu e foi glosado por poetas da estirpe de Mestre Azulão, Rouxinol do Rinaré, Arievaldo Viana, Oliveira de Panelas, João Paraibano, Valdir Teles e Klévisson Viana.
As estrofes de minha autoria são as que seguem abaixo:
Nos meus versos de cunho popular
Busco n’alma divina inspiração,
Porque é de Luiz, Rei do Baião
Que agora os poetas vão falar,
E o Brasil sertanejo vai mostrar
Que não é desprovido de memória,
Relembrando a incrível trajetória
De um mito que o tempo não desbanca –
Foi voando nas asas da Asa Branca
Que Gonzaga escreveu a sua história.
Dos acordes de um grande brasileiro,
Um intérprete da alma de seu povo,
Sai um canto que sempre será novo,
Amoroso, sincero, alvissareiro.
Entre os hinos do seu cancioneiro,
O que fala duma ave migratória
Conferiu a Luiz eterna glória
Para além desta vida que se estanca.
Foi voando nas asas da Asa Branca
Que Gonzaga escreveu a sua história.
Eu também levo o fardo do migrante
Carregando amor com melancolia,
Que abastecem a minha poesia,
Semeada em terra tão distante.
E se a vida me fez um retirante,
Não me rendo à tão cruel escória,
Antes canto a verve meritória
Que ao gênio, lhe serve de alavanca.
Foi voando nas asas da Asa Branca
Que Gonzaga escreveu a sua história.
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