domingo, 18 de setembro de 2011

O adeus a José Alves Sobrinho




Li no blog Cordel Paraíba a notícia que ninguém gosta de repercutir: Morreu ontem (sábado), vítima de complicações de um câncer, o poeta José Alves Sobrinho, aclamado cantador e pesquisador da poesia popular.

Escreveu, com o professor Átila Almeida (falecido em 1991), um clássico da pesquisa em poesia popular no Brasil, o Dicionário Biobliográfico de Repentista e Poetas de  Bancada (1977).

Além de vários folhetos de cordel e poemas esparsos, além de versos memoráveis em cantorias lendárias, deixou outros livros, entre publicados e inéditos: Sabedoria de Caboclo (1975); Glossário da Poesia Popular (1982); Matulão de um Andarilho (1994); Marcos e Vantagens: (com Átila Almeida (1981), entre outros.
Quando o conheci, no Encontro Internacional de Cordel, ocorrido em João Pessoa, em 2005, José Alves Sobrinho contou uma história memorável envolvendo o grande José Pacheco (1890-1954): Sobrinho contou-me como vendeu num único dia 700 exemplares de A Chegada de Lampião no Inferno. José Pacheco, nesse dia, bebeu “até lascar o cano” e Sobrinho, um menino à época, teve de "abrir o saco" para atender a voragem do público pelo famosíssimo folheto de oito páginas.

A foto acima mostra o poeta e pesquisador (direita) em visita ao Arraial Sítio São João, em Campina Grande, sendo recepcionado pelo vereador João Dantas. Seu verdadeiro nome é José Clementino de Souto e era natural de Picuí, na Paraíba, onde nasceu a  25 de junho de 1921.