sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Mostra de Cultura Popular em Serra do Ramalho




O município de Serra do Ramalho, no oeste da Bahia, é conhecido por sua singularidade. Criado em 1989, quando desmembrou-se de Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho tem origem no Projeto Especial de Colonização que, sob a coordenação do INCRA, surgiu para receber as famílias expulsas de suas terras pela construção da Barragem de Sobradinho, tragédia social, cujos efeitos serão sentidos ainda por muitas gerações. 

Além da população oriunda de Sobradinho, as terras do município eram habitadas há muito tempo por comunidades remanescentes de quilombos, numa faixa que abrange os distritos de Barra da Ipueira até o Barreiro Grande. Os índios nativos foram expulsos ou massacrados por grileiros. Mesmo assim, no local que fica próximo à Agrovila 19, se estabeleceram os Pankaru, de Pernambuco, chefiados pelo Patriarca Apolônio. Some-se a isso a chegada de famílias oriundas de outros estados, especialmente do Nordeste brasileiro, e se terá uma ideia — ainda que pálida — do que é Serra do Ramalho.

Pois bem, no dia 6 de janeiro (dia de Santos Reis), todos estão convidados para a primeira etapa do projeto, com apresentação da Banda de Pífanos Irmãos Maciel, da Agrovila 7. No mesmo dia, ainda se apresentarão grupos de reisado, dançadores de São Gonçalo e cantadeiras de samba de roda. Desde o dia 26 de dezembro, na mesma agrovila, o mestre Domingos ministra oficinas de confecção dos tambores que serão utilizados pela banda de pífanos.

Abrindo as apresentações, a partir das 14h, no Colégio Bom Jesus, proferirei uma palestra — Tradição e Identidade —, mostrando o quanto um povo perde quando volta as costas para a cultura popular.

A produção do projeto é de Silmária Ferreira. A curadoria é de Lucélia Pardim. Colaboram com o projeto Itamar Mendes e Paulo Araújo, o Paulão. Outros tantos colaboradores serão lembrados nas próximas postagens.

A arte do convite é do ilustrador Luciano Tasso.




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