Socorre, Antônio, socorre,
Depressa,
incontinenti,
Vai livrar
seu pai da forca,
Que vai
morrer inocente.
— Você fica
aqui em Pádua,
Que eu vou
lá em Portugal.
Vou livrar
meu pai da forca,
Que sem
culpa vai pagar.
Tenha, moço,
a justiça,
Daí não
consiga mais
E olhe que
não é esse
O homem que vós pensais.
Veja que não sou Justino
Nem também
falando torto.
Vim aqui
justificar
Pela boca de
um morto.
Te alevanta,
corpo morto,
Vem aqui
justificar
Se esse
homem te matou
Ou sem culpa
vai pagar.
— Esse homem
não me matou
Nem por mim
ele pecou.
Na hora da
minha morte,
Mas ante’
ele me ajudou.
— Ô meu
padre Santo Antônio,
Vossa glória
é de reis.
Sei que é o
padre santo Antônio,
Vencedor de
todas leis.
Ô meu padre
santo Antônio,
Me diga onde
foi morar.
Embora eu
não lhe conheça,
Mas mando
lhe visitar.
— Oh meu
pai, eu sinto muito
De você
desconhecido.
Eu sendo seu
filho Antônio,
Que de vós
eu fui nascido.
Eu me
chamava Fernando,
Mudei meu
nome pra Antônio
Pra livrar
as criaturas
Da tentação
do demônio.
Eu de vós
não quero nada,
Só quero a
vossa benção.
Que eu vou para
a Itália
Terminar o
meu sermão.
Santo Antônio é tão santo
Que livrou seu pai da morte
Bem podia Santo Antônio
Dar-me uma bonita sorte.
(Fernando de Castro Pires de Lima. Um milagre de Santo Antônio. Em LIRA, Marisa. Estudos de folclore luso-brasileiro).
Fonte: Seu Heliodoro (Dorão), já falecido.
Serra do Ramalho, Bahia.
Um comentário:
Procurando essa música a pedido da minha tia e achei aqui, obrigada!👏👏👏👏👏👏
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