Ontem, 18 de julho, Dia do Trovador, postei esta foto com o multi-artista Antônio Nóbrega e o seguinte poema:
Poeta? Nem chego perto,
E isso quem contestará?
Poeta é Zé Adalberto
Do Caroço do Juá.
Folclorista? Não me iludo.
Não me chame folclorista,
Onde Câmara Cascudo
Ocupa o topo da lista.
Sou eterno buscador
Da poeira das estradas,
Garimpeiro, coletor,
De belezas bem-guardadas.
E entre risos, mágoas, dores,
Nos carreiros do sertão,
Ajudo a regar as flores
Do Jardim da Tradição.
Em seguida, outro nordestino genial, Braulio Tavares, saiu-se com esta glosa na tradicional modalidade "Nos oito pés a quadrão":
Uma dupla de marmanjo
fazendo cara de anjo,
se exibindo com um banjo,
cheios de amostração.
São artistas nordestinos,
são gurus e são meninos,
são tonhetas, são ladinos,
nos oito pés a quadrão.
Ao que respondi:
No repique de mil sinos,
Nos acordes dos destinos,
Nos vaqueiros-beduínos
Do Saara e do sertão,
A nossa arte está em festa,
Cantando do povo a gesta,
Nossa vocação é esta
Nos oito pés a quadrão.
A poesia que nos irmana e nos ilumina.
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