quarta-feira, 11 de março de 2009

Livro A Megera Domada será lançado na Cortez



Segue, abaixo, o release da Coleção Clássicos em Cordel, com as novas publicações, que serão lançadas sexta, 20 de março, na Livraria Cortez, endereço já tradicional do Cordel na terra da garoa:


Aventura e bom humor marcam a Coleção Clássicos em Cordel

A Coleção Clássicos em Cordel abre a programação 2009 da Editora Nova Alexandria com três grandes obras

As Aventuras de Robinson Crusoé, A megera domada e As sete viagens fabulosas do marinheiro Simbad são as novidades da Coleção Clássicos em Cordel. A ideia inovadora de unir literatura clássica e poesia de cordel, inaugurada com Os miseráveis e O corcunda de Notre-Dame, ganhou espaço e conquistou o público. As adaptações poéticas feitas por alguns dos mais competentes cordelistas da atualidade, são enriquecidas por ilustrações que se baseiam nas tradicionais xilogravuras e aproximam ainda mais a Coleção do universo do cordel.

O cordelista Moreira de Acopiara, que assina a adaptação de As aventuras de Robinson Crusoé, enfatiza o espírito aventureiro do personagem criado por Daniel Defoe em passagens como esta: “Seu desejo era ingressar/ Na vida de marinheiro,/ Trabalhar sem gastar muito,/ Economizar dinheiro,/ Conhecer grandes navios,/ Viajar o mundo inteiro”.

Já a comédia A megera domada, de William Shakespeare, rendeu pelas mãos do poeta popular baiano Marco Haurélio uma bela versão em cordel. Escrita em sextilhas, a obra mistura o Nordeste brasileiro com a Itália renascentista, cenário da história: “Esta comédia nasceu/ Do gênio de um inglês./ Há muito tempo eu a li/ E agora chegou a vez/ De recontá-la em versos/ E oferecê-la a vocês.”

As sete viagens fabulosas do marinheiro Simbad, recriada em cordel por Sérgio Severo, preserva a riqueza original do conto das Mil e uma noites somada à musicalidade própria da poesia nordestina: “Vem das Mil e uma noites/ A história de Simbad,/ Mercador e marinheiro,/ Famoso em Bagdad,/ E as suas sete viagens/ Tão contadas em Riad”.

Histórias fascinantes em textos dinâmicos, divertidos e emocionantes que somente as boas obras em cordel podem oferecer.

As aventuras de Robinson Crusoé - Adaptação de Moreira de Acopiara; ilustrações de Valeriano; ISBN 978-85-7492-159-4 – 48 páginas – R$ 25,00

A megera domada - Adaptação de Marco Haurélio; ilustrações de Klévisson Viana
ISBN 978-85-7492-154-9 – 48 páginas – R$ 25,00

As sete viagens fabulosas do marinheiro Simbad - Adaptação de Sérgio Severo; ilustrações de Valeriano - ISBN 978-85-7492-172-3 – 48 páginas – R$ 25,00

Lançamento: 20/03, às 19:00h, na Livraria Cortez, Rua Bartira, 317. Fone: (11) 3873 7111

Informações: Editora Nova Alexandria: (11) 2215 6252

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ave, Patativa!


O título desta postagem é o mesmo do evento que ocorrerá entre os meses de maio e abril, sob a batuta de Assis Angelo (ver cartaz), com a presença dos repentistas Sebastião Marinho e Luzivan Matias, da xilógrafa Nireuda, entre outros. A homenagem merecida deve-se ao primeiro centenário de nascimento de Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, uma das vozes mais importantes da poesia popular brasileira.
A Editora Luzeiro também estará presente ao evento com uma banca de cordel vigiada pelo poeta Varneci Nascimento.

Ariano Suassuna



Ariano é cultura popular
Na maior e mais pura distinção,
É a voz de um povo, uma nação,
Que não quer e nem pode se entregar,
Que não deixa jamais de batalhar,
Tudo isso na certa é Ariano.
O seu canto, ele é mouro, é lusitano,
É o fio dourado das histórias,
Faz ruir o rugido das escórias
Nos dez pés de martelo alagoano.

(Marco Haurélio)

Nota: Estrofe em martelo agalopado em homenagem ao mestre paraibano Ariano Suassuna.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Romance baseado em conto dos Irmãos Grimm é relançado pela Tupynanquim



Com direito a belíssima capa de Klévisson Viana, o romance AS TRÊS FOLHAS DA SERPENTE (Marco Haurélio), baseado num conto popular 'dos' Irmãos Grimm, foi relançado pela editora Tupynanquim, de Fortaleza. O conto alemão Die drei Schlangenblätter aparece apenas em duas traduções brasileiras: As três serpentes brancas, presente em Novos contos (Trad. Eugênio Amado. Belo Horizonte: Itatiaia, 2006); e As três folhas da serpente, que integra  a antologia Contos e lendas dos Irmãos Grimm (Trad. Íside M. Bonini. São Paulo: Edigraf, 1961, 8 volumes).

A minha versão em cordel passou por alterações, sem, contudo, interferir no arcabouço mito-poético. Uma delas é a ambientação da história na Irlanda, país onde a cultura celta foi melhor preservada.

O belo conto em que se baseia este romance conserva, em sua essência, a informação de um antigo rito fúnebre que aparece também na quarta viagem de Simbad, o marujo: a obrigatoriedade de, morrendo um dos cônjuges, o vivo ser sepultado ao lado do morto. A serpente, em sua ambivalência, aparece aqui como emblema da imortalidade. Ambientada na Irlanda, a versão em cordel traz algumas sutis modificações, sem alteração do motivo principal, encontrável até na mitologia grega. 



Trecho do romance:

AS TRÊS FOLHAS DA SERPENTE

Eu vou narrar uma história
De inigualável beleza
Sobre um valente soldado
Movido pela nobreza,
Mas que enfrentou neste mundo
A traição e a vileza.

Num casebre miserável
De todo o mundo isolado
Vivia um pobre viúvo,
Pela miséria assolado
E só não era mais triste
Por ter um filho ao seu lado.

Este moço recebeu,
Na pia, o nome de João;
O pai se regozijava
Com sua dedicação,
Só lamentava não dar-lhe
Uma cômoda posição.

Porém, devido à pobreza,
O viúvo adoeceu,
Mesmo João o acompanhando,
A moléstia não cedeu
A alma deixou o corpo,
Deus na glória o recebeu.

João sepultou o seu pai
Perto duma penedia,
Armou-se da velha espada,
Que de herança recebia,
E saiu, sem ter destino,
Na tarde do mesmo dia.

Andou por terras estranhas,
Aprendeu vários ofícios,
Venceu as dificuldades,
À custa de sacrifícios,
Mas nunca se consumiu
Na labareda dos vícios.


Já com vinte e cinco anos,
Era um rapagão decente,
Sua figura chamava
Atenção de toda a gente,
Pois, além do belo porte,
Era por demais valente.

Então, o rei da Irlanda
Empregou-o como soldado —
De todos do batalhão
Ele era o mais destacado;
Só não subia de posto
Por não ser dissimulado.

Porém aquela nação
Achou-se em cruenta guerra,
Assim, João foi convocado
Para a defesa da terra
Contra o poderoso exército
Da impiedosa Inglaterra.

Viam navios ingleses
Em todo canto atracados,
E, do seu interior,
Saírem muitos soldados,
Ferozes e sanguinários,
Até os dentes armados.

Do lado dos irlandeses
Boa parte então debanda,
O sangue dos que resistem
Tinge de rubro a Irlanda,
E os ingleses avançando
Com uma fúria nefanda.

O comandante das tropas
Bradou: — Guerreiros, avante!
Mas uma flecha assassina
Atingiu-o num instante,
Deixando as tropas da Irlanda
Privadas do comandante.

Os soldados irlandeses
Fugiam apavorados;
João postou-se em sua frente,
Gritando: — Bravos soldados,
Por que vós estais fugindo
Como coelhos assustados?

Julgais que os brutos ingleses
Seguirão corretas trilhas?
Pois cairão feito cães
Em incontáveis matilhas,
Desonrando nossa Pátria,
Nossas mulheres e filhas!

Dizendo aquilo, avançou
Na direção do inimigo,
Sob uma chuva de flechas,
No mais tremendo perigo,
Chamando os ingleses para
Bater em armas consigo.

Nenhuma flecha o atingiu,
Pois o Céu o protegia,
Cada golpe desferido,
Um inimigo caía,
Outros fugiam com medo,
Vendo tanta valentia.

Quando os seus compatriotas,
Viram a bravura de João,
Enfrentando os inimigos,
Com a fúria de um leão,
Gritaram: — Enquanto vivermos,
Ninguém toma o nosso chão!

E retomaram a batalha,
Com uma ira incontida;
Os ingleses recuaram,
Temendo perder a vida —
Assim, João venceu a guerra,
Que já se achava perdida.

(...)

Para conhecer este texto na íntegra, entre em contato com a Editora Tupynanquim, de Fortaleza:
Telefone: (85) 3217 2891

Atualização: As três folhas da serpente integra a Antologia do Cordel Brasileiro, composta por 15 obras de autores de épocas diversas, lançada pela Global Editora. 


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Clássico shakespeareano em cordel



A Editora Nova Alexandria lança A megera domada, clássico de Shakespeare, em bela adaptação para o cordel


A megera domada, comédia escrita por William Shakespeare, ganha pelas mãos do poeta popular baiano Marco Haurélio uma bela versão em cordel. Escrita em sextilhas, a obra faz parte da Coleção Clássicos em Cordel, uma proposta inovadora que reúne pela primeira vez consagrados poetas populares em adaptações de obras-primas da literatura universal.

Em A megera domada o poeta mistura vivências da Bahia, onde nasceu, com a Itália renascentista, cenário da história.

Esta comédia nasceu
Do gênio de um inglês.
Há muito tempo eu a li
E agora chegou a vez
De recontá-la em versos
E oferecê-la a vocês.

Mais um grande título da Coleção Clássicos em Cordel – que conta com obras como e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Varneci Nascimento e Os miseráveis, de Klévisson Viana, grandes valores da literatura popular brasileira. Este clássico conta com apresentação de Assis Angelo e ilustrações de Klévisson Viana.


Marcus Haurélio Fernandes Farias (Marco Haurélio) nasceu em Ponta da Serra, município
de Riacho de Santana, sertão da Bahia, no dia 5 de julho de 1974. Desde muito cedo entrou em contato com a literatura de cordel, escrevendo a primeira estória com apenas seis anos de idade. Hoje, Marco Haurélio é uma das grandes referências
nacionais da literatura popular, como poeta e estudioso. Ministra palestras e realiza oficinas sobre cordel e cultura popular. Em cordel, escreveu e editou: A história de Belisfronte - o filho do pescador, O romance do príncipe do Reino do Limo Verde, Nordeste - Terra de bravos, História da moura torta, Presepadas de
Chicó e astúcias de João Grilo
, entre outros.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Homenagem a um grande poeta



Segue, abaixo, a homenagem que fiz ao grande poeta popular paraibano Manoel D'Almeida Filho, uma das minhas grandes referências no cordel, ao lado de Delarme Monteiro, Leandro Gomes de Barros, Minelvino Francisco Silva, Severino Borges, entre outros.

Na arte do cordelismo
Bem poucos tiveram o brilho
Do mestre paraibano
Manoel D’Almeida Filho,
Do qual, orgulhosamente,
Procuro seguir o trilho.

E sempre me maravilho
Com as belas narrações
Rufino, o Rei do Barulho,
Vicente, o Rei dos Ladrões,
Os Três Conselhos da Sorte,
Com suas belas lições.

Encantando multidões
Os Cabras de Lampião,
A melhor biografia
Do grande rei do sertão,
Mais de seiscentas sextilhas
Com a marca da isenção.

A Sorte do Amor, então,
É um clássico verdadeiro,
Bem como o são O Feitiço
Por Cima do Feiticeiro
E a linda biografia
DO Santo do Juazeiro.

Da Editora Luzeiro
Era o selecionador
E, neste trabalho, Almeida
Foi grande divulgador,
Elevando o bom cordel
A um nível consagrador.

Descansa em paz, Trovador,
Além do mundo terreno,
Que eu, neste plano ilusório,
Afirmo, de modo ameno:
Diante da tua sombra
Ainda sou tão pequeno.


Marco Haurélio, poeta popular baiano, tem vários títulos editados pela tradicional Editora Luzeiro, de São Paulo.

Conheça o Fotolog do autor: Marco Haurélio

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O HERÓI DA MONTANHA NEGRA será relançado em breve


O romance O HERÓI DA MONTANHA NEGRA será relançado em breve pela Luzeiro, com belíssima capa de Klévisson Viana. Escrito em 1987, foi o primeiro título de minha maturidade literária. A inspiração vem da mitologia grega e do gibi A ESPADA SELVAGEM DE CONAN. Assisti, em 1984, no Supercine da Globo, ao filme FÚRIA DE TITÃS, que trazia Lawrence Olivier no papel de Zeus, e Ray Harryhausen, o grande nome da técnica conhecida como STOP-MOTION, com bonecos de massa de modelar em animação quadro a quadro. A partir desse filme, que conta de forma um tanto livre o mito de PERSEU E ANDRÔMEDA, escrevi um folheto de cordel em que o herói era chamado PERCÍLIO. Esse foi o protótipo do HERÓI DA MONTANHA NEGRA. Eu tinha 10 anos, e a obra descambava para o maniqueísmo. Quando escrevi O HERÓI DA MONTANHA NEGRA, havia acabado de ler, de uma tacada só A ILÍADA e A ODISSEIA, atribuídas a Homero.

Quando ingressei no Banco do Brasil, como menor aprendiz, em 1988, conheci um filho do poeta Minelvino Francisco Silva, que, depois de ler o trabalho, aconselhou-me a enviá-lo para a Luzeiro, por onde seu pai publicara vários títulos. Enviei, e uns vinte dias depois recebi-o de volta, acompanhado de uma carta de Arlindo Pinto de Souza, desculpando-se de não poder editá-lo, por estar com muitos títulos à frente, já adquiridos.

Em 2004, quando então conheci Gregório Nicoló, falei sobre o trabalho e ele, de imediato, quis publicá-lo. Em 2005, ingressei no editorial da Luzeiro, período em que foi retomada toda a produção de cordel da editora, praticamente parada, e vivendo só de reedições, há quase uma década.

No início de 2007, O HERÓI foi publicado,  e eu pude pagar uma dívida de 20 anos comigo mesmo. Esta edição que sai agora, com capa de Klévisson e texto revisto, liquida de vez a fatura.

É essa a história.

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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Raul Seixas, Zé Ramalho: um encontro em cordel


O cantor e compositor baiano Raul Seixas (1945-1989) não era indiferente à literatura de cordel. Aliás, a estrutura do cordel pontua boa parte de sua obra. Exemplos não faltam. A música Os Números, de 1976, feita em parceria com Paulo Coelho, traz sextilhas como esta:

“Meus amigos,esta noite
Tive uma alucinação
Sonhei com bando de número
Invadindo meu sertão
Vi tanta coincidência
Que eu fiz esta canção.”

Um ano depois, com novo parceiro, Cláudio Roberto, Raul apresentou Que Luz é Essa?, que mantém a estrutura do verso setissílabo, no compasso da poesia popular. Eis a resposta à pergunta do título:

“É a chave que abre a porta
Lá no quarto do segredo
Vem provar que nunca é tarde
Vem mostrar que é sempre cedo

E que pra todo pecado
Sempre existe um perdão
Não tem certo nem errado
Todo mundo tem razão
E o que o ponto de vista
É que é o ponto da questão”.

Vale lembrar que o “quarto do segredo” é um motivo recorrente dos contos populares, que inspiraram muitas estórias do Cordel. Muitos livros foram escritos sobre Raulzito, mas com exceção de Raul Seixas: Dez Mil Anos à Frente, de minha autoria, nenhum conseguiu enxergar a influência da literatura de cordel na obra do cantor e compositor baiano. É o mesmo que falar do paraibano Zé Ramalho e omitir a presença dos cantadores nordestinos no alicerce de sua obra.

Os poetas populares, mais familiarizados com o assunto, vão logo ao cerne da questão. É o caso do cearense Arievaldo Viana, que imaginou um Encontro de Raul Seixas com Zé Ramalho na Cidade de Thor. É a mesma cidade visitada por Raul Seixas no distante ano de 1974. O Encontro mágico dá ensejo a uma peleja, em que predomina o martelo agalopado:

“Raul: - Eu botei uma pitada nordestina
Fiz meu rock em forma de cordel
Pois também admiro o menestrel
Como o papa ama a capela sistina
Botei Jackson do Pandeiro e concertina
Fiz xaxado, fiz rock, fiz baião
Mas não tenho nada a ver com a evolução
Da tal Música Populista Brasileira
Certo dia, bateu-me uma canseira
E viajei, para sempre, na ilusão...”

A resposta do bardo paraibano remete ao hino Canção Agalopada, nascido nas páginas do folheto de Cordel Apocalipse:

“- Companheiro, já é tarde, eu preciso
Para o mundo dos homens retornar
Os meus filhos me esperam no meu lar
E os fãs querem ouvir meu improviso
Um relato completo e conciso
Desse encontro importante que tivemos
Se na fonte da verdade nós bebemos
É preciso espalhar nesse momento
A beleza de tal conhecimento
Nestes versos que agora escrevemos.”

Cearense como Arievaldo, Costa Senna chegou a São Paulo em 1990. Os versos de Raul Seixas entre Deus e o Diabo são bem conhecidos pelos “raulseixistas”, espalhados que foram pelo poeta por lugares os mais inacreditáveis:

“No dia 21 de agosto
Vi o jornal sobre a mesa
Logo na primeira página
Estava a triste surpresa
Da morte eu tenho queixas
Ela levou Raul Seixas
Nosso maluco beleza”.

Outro ilustre bardo da terra de Iracema, Antônio Carlos da Silva, o Rouxinol do Rinaré, enriquece a bibliografia em cordel do anárquico roqueiro baiano com títulos como: Raul Seixas, um Cowboy Fora da Lei; Raul Seixas e Paulo Coelho Buscando Sonho e Magia e O Encontro de John Lennon com Raul Seixas no Céu. O último parece fazer parte de um ciclo dentro do ciclo de cordéis sobre Raul, que explora as supostas peripécias post-mortem do carpinteiro do universo, nunca dissociadas do seu legado lítero-musical:

“ Na terra a coisa tá preta
Por lá os homens piraram
Loucos de cega ambição
Os políticos se tornaram
Vilões, carrascos e vítimas
Do sistema que criaram”.

Do mesmo modo que Arievaldo, Senna e Rouxinol, também viajei pelas sendas do Novo Aeon, vez por outra parando pra descansar na Vila do Sossego.

O meu folheto Galopando o Cavalo Pensamento foi classificado por Arievaldo como “galope soberano”, tomando de empréstimo um termo cunhado por Mestre Zé Ramalho. Tirem suas conclusões:

“Das trombetas ecoa um novo som,
O tinido das armas me atordoa,
O rufar de tambores longe soa,
Destruindo o último Panteon.
Será esse sinal o Armagedon?
Ou apenas mais um renascimento
De um ciclo que traz o advento
Duma aurora de brilho sem igual,
Sem início, sem meio e sem final,
GALOPANDO O CAVALO PENSAMENTO.

Finalizando esta pequena antologia, e prometendo voltar a falar do tema, deixo esta setilha, que fecha o poema O Anel do Nibelungo:

“Agora podes deixar-me
Segue teu caminho em paz.
Não te abatas novamente
E não te esqueças jamais
Do quanto eu sou fecundo
Não tem nada neste mundo
Que eu não saiba demais”.




terça-feira, 30 de dezembro de 2008

João Gomes inaugura Cordelteca em Guaranésia - MG




O Grupo Máscaras, de Guaranésia - MG, inaugurou no dia 21 de dezembro de 2008 a sua Cordelteca (Biblioteca de Cordel) no Espaço Máscaras Cultural! A Cordelteca conta com folhetos de vários cordelistas do Brasil, exposição de xilogravuras e estará aberta a visitação de toda a população de Guaranésia, região e principalmente de nossos estudantes, visto o Cordel ser hoje uma cultura nacional! A inauguração teve a ilustre presença do cordelista JOÃO GOMES DE SÁ, autor de "O Canto Guerreiro" (adaptado pelo grupo Máscaras para o Teatro), "Ressurreição do Boi", e o cordel "O Corcunda de Notre Dame em cordel" (selecionado para o PNBE 2009), entre outros. A Cordelteca estará em pleno funcionamento a partir de janeiro de 2009 das 13:00 às 18:00 h. de segunda a sexta feira!
Aguardamos sua visita!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Feliz Natal!!!


Felicito meus amigos

Em mais uma caminhada,

Mais uma esquina dobrada,

Apesar dos desabrigos,

Dos incessantes perigos,

E do orgulho desumano.

No crepúsculo deste ano

O que eu mais desejaria?

Tenha um natal de alegria

Sem pinheiro americano.

.

Que os seus mais sinceros sonhos

Sejam todos atendidos

Que brotem jardins floridos

De lábios sempre risonhos.

Que os pesadelos medonhos

E o egoísmo humano,

Com o cetro do tirano

Não tenham mais serventia.

Tenha um natal de alegria

Sem pinheiro americano.

.

Que em vez de Papai Noel,

Símbolo do consumismo,

O real Cristianismo

Possa cumprir seu papel.

Que a pena do menestrel

Seja um poderoso arcano,

Onde reina soberano

Jesus, filho de Maria

Tenha um natal de alegria

Sem pinheiro americano.


MARCO HAURÉLIO