Capa da Antologia do Cordel Brasileiro, lançamento da Global, com ilustrações de Erivaldo |
Acabo de receber dos amigos
Gustavo Tuna (editor) e Guilherme Loureiro (assessor de imprensa), da Global
Editora, a boa-nova do mês de fevereiro, no dia de Iemanjá: acaba de ser
lançada a Antologia do Cordel Brasileiro,
a mais abrangente do gênero, por reunir autores de várias gerações, incluindo a
atual, quase sempre esquecida pelos compendiadores. A iniciativa foi possível
com o apoio da Editora Luzeiro, dirigida por Gregório Nicoló, detentora dos
direitos de oito dos dezesseis títulos que integram a obra. Abaixo parte da apresentação
feita para o livro:
A literatura de cordel
brasileira, desde os fins do século XIX, vem apresentando uma vasta produção
com títulos de excepcional qualidade, é um formidável legado do Nordeste à
cultura nacional. Não bastassem os grandes autores, os romances consagrados pela
predileção popular e o interesse de estudiosos e artistas de outras searas, o
romanceiro nordestino surpreende, não pelo que já foi catalogado ou debatido,
mas, principalmente, pelo que ainda pode oferecer. É o que prova esta antologia
em que o espaço de mais de um século separa o primeiro título selecionado, O
soldado jogador, de Leandro Gomes de Barros, do último, As três folhas da serpente, do autor deste introito e organizador
do presente florilégio, Marco Haurélio.
Prova irrefutável do vigor deste gênero
literário, sempre a contrariar as previsões mais pessimistas.Leandro Gomes de
Barros (1865‑1918), Silvino Pirauá de Lima (1848 ‑1913), João
Martins de Athayde (1880-1959), João Melquíades Ferreira da
Silva (1869 ‑1933), José Galdino da Silva Duda (1866-1931) e José Camelo de Melo Resende (1885-1964),
pioneiros do cordel nordestino, ainda são lidos e admirados neste século
XXI, em que a cultura do descartável, ditada pelos modismos, impõe regra. O
folheto de feira chegou mesmo a receber extrema‑unção por parte de alguns pesquisadores e jornalistas, no
início da década de 1980. As perspectivas, na época, realmente não eram boas:
escasseavam‑se os bons autores (romancistas) e
toda uma geração de poetas havia envelhecido. Mas o surgimento de uma nova
safra de bons valores, que culminou com a criação da editora Tupynanquim, de
Fortaleza, trouxe novas luzes, àquele momento, ao entenebrecido horizonte da
poesia popular. Alguns destes nomes integram a presente coletânea. São poetas
que mantêm um vínculo com a poesia tradicional, ao mesmo tempo em que estão
antenados com as novas possibilidades. Esse é o cordel atemporal, sustentado
por duas colunas – a tradição e a contemporaneidade.
(...)
Títulos e autores que integram a Antologia do Cordel Brasilleiro:
O Soldado jogador, de Leandro Gomes de Barros
História do caçador que foi ao inferno, de José Pacheco
A guerra dos passarinhos, de Manoel D´Almeida Filho
A Sereia do Mar Negro, de Antônio Teodoro dos Santos
Os três irmãos caçadores e o macaco da montanha, de Francisco Sales
Arêda
No tempo em que os bichos falavam, de Manoel Pereira Sobrinho
O valente Felisberto e o Reino dos Encantos, de Severino Borges
Silva
O feiticeiro do Reino do Monte branco, de Minelvino Francisco Silva
João sem Destino no Reino dos Enforcados, de Antônio Alves da Silva
João Grilo, um presepeiro no palácio, de Pedro Monteiro
O reino da Torre de Ouro, de Rouxinol do Rinaré
O rico preguiçoso e o pobre abestalhado, de Arievaldo Viana
O conde mendigo E a Princesa orgulhosa, de Evaristo Geraldo da
Silva
Pedro Malasartes e o urubu adivinhão, de Klévisson Viana
As três folhas da serpente, de Marco Haurélio
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