As duas guerras de Vlado Herzog, obra escrita por Audálio Dantas, foi a vencedora do prêmio Jabuti, na categoria Reportagem. Alagoano de Tanque d'Arca, Audálio é um dos mais importantes nomes do jornalismo nacional. Na década de 1970 presidia o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, por ocasião do assassinato do jornalista Wladimir Herzog pelos gendarmes do regime militar. Para nós, cordelistas e entusiastas da poesia popular, Audálio também tem muito a dizer, pois, além de idealizador, foi o curador do evento 100 Anos de Cordel, realizado no SESC Pompeia, em São Paulo, em 2001.
Abaixo, a notícia veiculada no Portal dos Jornalistas.
Audálio Dantas vence o Jabuti na categoria Reportagem
As duas guerras de Vlado Herzog, lançado em 2012, conta os dois calvários vividos por Vladimir Herzog: o primeiro na infância e o segundo durante a ditadura militar no Brasil
Audálio Dantas venceu o prêmio Jabuti, o mais importante da Literatura brasileira, na categoria Reportagem, com a obra As duas guerras de Vlado Herzog (Civilização Brasileira). A lista com os vencedores das 27 categorias foi divulgada nesta 5ª.feira (17/10).
Alagoano de Tanque D’Arca, Audálio começou como repórter na Folha da Manhã, em São Paulo, na década de 1950. Passou por publicações como Manchete, Realidade, Veja e O Cruzeiro. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo em meados da década de 1970, período de forte repressão à imprensa brasileira. Também foi presidente da Fenaj e deputado federal por São Paulo. Atualmente dirige a revista Negócios da Comunicação e preside a Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas.
A obra vencedora remete às duas guerras vividas por Vladimir Herzog: a primeira, na infância, quando fugiu dos nazistas que haviam invadido a Iugoslávia, onde nasceu; e a segunda, já adulto, durante ditadura militar brasileira, que o mataria em 1975.
Um ano atrás, no lançamento do livro, Audálio disse em entrevista ao Portal dos Jornalistas que a vontade de escrever sobre o assunto ficou contida desde o culto ecumênico em homenagem a Herzog, em 31/10/1975, na catedral da Sé, em São Paulo: “Aquele momento nunca saiu da minha mente. Ele está permanentemente gravado porque marcou a história do Brasil. Tínhamos dado a informação de que a desordem interessava a eles [militares], não à sociedade”.
As duas guerras de Vlado Herzog concorreu com Dias de inferno na Síria (Benvirá), de Klester Cavalcanti, Mãos que fazem história (Verdes Mares), de Cristina Pioner e Germana Cabral; Dignidade! (LeYa), de Eliane Brum; Carcereiros (Companhia das Letras), de Dráuzio Varella; 1943: Roosevelt e Vargas em Natal (Bússola), de Roberto Muylaert; Luzes da África (Civilização Brasileira), de Haroldo Castro; U-507, o submarino que afundou o Brasil na Segunda Guerra Mundial (Schoba), de Marcelo Monteiro; Nabuco em pretos e brancos (Massangana), de Fabiana Moraes; e O fole roncou (Zahar), de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues.
No dia 13/11, serão escolhidos os grandes vencedores de Livro do Ano em ficção e em não-ficção, que receberão R$ 35 mil cada.
Por: Jornalistas&Cia
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