Atenção, povo do conto, do canto, da letra e da voz! Em abril, estaremos de volta à Casa Tombada para mais uma imersão no maravilhoso mundo das narrativas tradicionais.
Módulo 1
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1) O vasto chão da cultura popular
1) O vasto chão da cultura popular
Contos, mitos,
ritos e lendas. Cantos, ensalmos, orações e romances. Superstições e costumes.
O passado que não passa.
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2) Conto popular: conceituação, origens, difusão e persistência
2) Conto popular: conceituação, origens, difusão e persistência
O que, afinal,
vem a ser o conto popular? O que o distingue do conto literário? Podemos falar
de uma origem comum do conto de tradição oral? Investigaremos as muitas
correntes nascidas, principalmente, no século XIX, sob o influxo da descoberta
do sânscrito, com a divulgação das ideias de Benfey, Max Muller e reação de
Andrew Lang.
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3) As mil faces do herói nos contos maravilhosos
3) As mil faces do herói nos contos maravilhosos
A partir do
conto do “Dragon slayer” (O matador de dragões – ATU 300), buscaremos as raízes
históricas do mito do herói salvador. Tendo como ponto de partida o mito de
Perseu e Andrômeda, passando por Apolo, vencedor de Python, Hércules, São
Jorge, Tristão, Siegfried, entre outros, o herói que derrota monstro revive o
grande drama mítico da humanidade: a luta da luz contra as trevas.
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4) Comicidade e riso nos contos populares
4) Comicidade e riso nos contos populares
O herói
cômico, chamados por vezes d e anti-herói, aparece sob vários nomes, o maior
comum deles, Pedro Malazarte (ou Malasartes). Mas pode ser João Grilo,
Bertoldo, e também de Camões (Camonge) ou Bocage (Bocais). Till Eulenspiegel na
Alemanha, Jean Machepied na França, Pedro de Urdemales na Espanha, Maestro
Grillo na Itália, Nasrudim na Turquia, o personagem que vinga, por meio da
astúcia, as injúrias e injustiças contra os desfavorecidos, tem mil e um nomes
e número equivalente de truques. O contraponto feminino do trickster é a Maria
Sabida, Maria Sutil [The Clever Peasant Girl, ATU 875], mais cerebral e
menos cruel, respondendo com sagacidade ao despotismo real (que é, também, o
despotismo masculino).
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5) Narrativas pias populares: o legado de Oswaldo Elias Xidieh
5) Narrativas pias populares: o legado de Oswaldo Elias Xidieh
Publicado em
1967, pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP, Narrativas pias
populares é o primeiro livro voltado exclusivamente aos contos
religiosos. Calcadas nos evangelhos canônicos, mas, principalmente, na vasta
literatura apócrifa e no lendário medieval, impregnadas pela religiosidade
sincera e pela ausência de dogmas, as narrativas pias são, por assim dizer, a
Bíblia do povo, levada pelas águas da tradição para longe da fúria dos
concílios, bulas e editos. Especial atenção será dada ao mito de deus que
caminha entre os homens. Por que “Deus” (Zeus, Odin, Viracocha, Jesus) desce à
terra? Seria esta a origem dos contos do rei que, em trajes de mendigo, testa o
coração de seus súditos?
SUGESTÕES
DE LEITURA
• ALCOFORADO,
Doralice. O conto mítico de Apuleio no imaginário baiano. In: Estudos
em literatura popular. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2004.
• AMARAL, Amadeu. Tradições populares. São Paulo: Hucitec, 1976. ARAUJO, Alceu Maynard. Cultura popular brasileira. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
• BRANDÃO, Théo. Seis contos populares do Brasil. Maceió: MEC-SEC-Funarte, Instituto Nacional do Folclore, ufal, 1982.
• CALVINO, Ítalo. Fábulas italianas. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
• CARDIGOS, Isabel; CORREIA, Paulo. Catálogo dos Contos Tradicionais Portugueses (Com as versões análogas dos países lusófonos). CEAO da Universidade do Algarve / Edições Afrontamento: Portugal, 2015.
• CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed. São Paulo: Global, 2004.
• COELHO, Adolfo. Contos populares portugueses. Portugal: Compendium, 1996.
• GOMES, Lindolfo. Contos populares brasileiros. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1965.
• GUIMARÃES, Ruth. Calidoscópio: a saga de Pedro Malasartes. São José dos Campos: JAC Editora, 2006.
• HAURÉLIO, Marco. Contos e fábulas do Brasil. Classificação e notas: Paulo Correia. São Paulo: Nova Alexandria, 2011.
• Contos folclóricos brasileiros. Classificação e notas: Paulo Correia. São Paulo: Paulus, 2010.
• O príncipe Teiú e outros contos brasileiros. São Paulo: Aquariana, 2012.
• Wilson Marques. Contos e Lendas da Terra do Sol. São Paulo: Paulus, 2019.
• NASCIMENTO, Bráulio do. Estudos sobre o conto popular. São Paulo: Terceira Margem, 2009.
• PIMENTEL, Altimar. Estórias de Luzia Teresa (Três volumes). Brasília: Thesaurus, 1995.
• PROPP, Vladimir. As raízes históricas do conto maravilhoso. 2. ed. Tradução de Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
• ROMERO, Sílvio. Contos populares do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp, 1985.
• XIDIEH, Oswaldo Elias. Narrativas pias populares. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros – USP, 1967.
• AMARAL, Amadeu. Tradições populares. São Paulo: Hucitec, 1976. ARAUJO, Alceu Maynard. Cultura popular brasileira. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
• BRANDÃO, Théo. Seis contos populares do Brasil. Maceió: MEC-SEC-Funarte, Instituto Nacional do Folclore, ufal, 1982.
• CALVINO, Ítalo. Fábulas italianas. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
• CARDIGOS, Isabel; CORREIA, Paulo. Catálogo dos Contos Tradicionais Portugueses (Com as versões análogas dos países lusófonos). CEAO da Universidade do Algarve / Edições Afrontamento: Portugal, 2015.
• CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed. São Paulo: Global, 2004.
• COELHO, Adolfo. Contos populares portugueses. Portugal: Compendium, 1996.
• GOMES, Lindolfo. Contos populares brasileiros. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1965.
• GUIMARÃES, Ruth. Calidoscópio: a saga de Pedro Malasartes. São José dos Campos: JAC Editora, 2006.
• HAURÉLIO, Marco. Contos e fábulas do Brasil. Classificação e notas: Paulo Correia. São Paulo: Nova Alexandria, 2011.
• Contos folclóricos brasileiros. Classificação e notas: Paulo Correia. São Paulo: Paulus, 2010.
• O príncipe Teiú e outros contos brasileiros. São Paulo: Aquariana, 2012.
• Wilson Marques. Contos e Lendas da Terra do Sol. São Paulo: Paulus, 2019.
• NASCIMENTO, Bráulio do. Estudos sobre o conto popular. São Paulo: Terceira Margem, 2009.
• PIMENTEL, Altimar. Estórias de Luzia Teresa (Três volumes). Brasília: Thesaurus, 1995.
• PROPP, Vladimir. As raízes históricas do conto maravilhoso. 2. ed. Tradução de Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
• ROMERO, Sílvio. Contos populares do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp, 1985.
• XIDIEH, Oswaldo Elias. Narrativas pias populares. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros – USP, 1967.
Quem é o
professor?
Marco
Haurélio é formado em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da
Bahia (UNEB). Desde 2005, desenvolve um trabalho de recolha, catalogação,
classificação e difusão de gêneros da tradição oral brasileira, com destaque
para contos e cantos populares. Autor, pesquisador e divulgador da literatura
de cordel, tem mais de 40 títulos publicados, a maior parte dedicada a este
gênero. Foi curador do Espaço do Cordel e do Repente na Bienal de São Paulo em
2016 e 2018. Também é o idealizador e curador do projeto Encontro com o Cordel,
realizado pelo SESC 24 de Maio. Profere palestras e ministra oficinas e cursos
sobre o cordel e o conto popular em feiras, bienais e espaços culturais. Vários
de seus livros foram selecionados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e
Juvenil (FNLIJ) para o Catálogo da Feira do Livro Bolonha e outros tantos,
selecionados em diversos programas de governo. Em 2017, foi finalista do Prêmio
Jabuti com a obra Cordéis de Arrepiar: Europa (IMEPH).
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